quinta-feira, 22 de março de 2012

Uma aventura no Brooklyn

 Existem histórias que merecem ser escritas, apenas para que não sejam esquecidas, apesar de eu achar muito difícil esquecer de um sábado à noite, mais especificamente à uma da manhã, no qual se descobre que está no Brooklin. 



 Eu acredito muito em destino, acredito que algumas coisas estão destinadas a acontecer e outras coisas defenitivamente não podem acontecer e, nesse sábado, definitivamente, não era para eu ir para a WebsterHall como tinha planejado há um mês.
 No dia que descobri que teria um sábado de folga no curso de inglês, a primeira coisa que fiz foi reservar o hotel para ir para Nova York com minha amiga, o plano era ir para a balada em Nova York. Não que em Boston não tenham boas baladas, é que elas não fecham às 4 da manhã e muito menos se tem metro para voltar para a casa depois disso. O motivo do sábado free no curso era o St. Patricks day, que fui descobrir depois é um dia bem animado e as pessoas todas enchem a cara e se divertem nesse dia, resumo, dia perfeito para a balada.
 Como Nova York tem muito mais, o plano era se divertir, curtir a beleza e a balada, planejamos também um musical, Mary Poppins e algumas visitas à pontos turisticos.

 Como era noite de evento, tivemos que comprar antecipado o convite da festa, o que nos custou $23 cada, ou seja, tinhamos que ir... A noite começou com o musical que, por sinal, surpreendeu, não daria nada, mas até me emocionei assistindo Mary Poppins, tanto que disse para a minha amiga após o show, o sentimento que estou agora não combina com balada, combina com sentar e relaxar, uma boa conversa, um bom drink, mas estavamos prontas para ir e o metro nos aguardava.
 O metro de Nova York não é um dos melhores transportes do mundo, eu jamais diria que chega perto, é sujo, complicado, cheio de ratos, mas é uma boa opção para quem quer conhecer a cidade rápido e sem gastar muito. Desde dezembro, após um grande estudo no mapa, eu entendi como o metro funcionava e, desde então, nunca tive problemas para chegar a nenhum lugar por lá. Por sinal, a primeira vez que consegui entende-lo, eu estava indo exatamente para a Websterhall e, não teve erro, cheguei exatamente ao meu destino, então, porque teria erro dessa vez?
 Entramos no metro na linha 42, tinhamos algumas opções que parariam perto da Websterhall mas, a mais acessível era pegar a linha amarela letra N e descer na Rua 8, andaríamos alguns quarteirões e pronto, poderiamos beber e dançar a noite inteira.
 Tentando alcaçar o ponto onde pegaríamos a linha amarela fiz um comentário que talvez tenha sido meio infeliz, o segundo da noite que talvez tenha nos desviado do caminho, havia uma banda no metro, bem animada, tocando beatles, com várias pessoas em volta dançando, tava bem legal, até curtimos um pouco e fizemos um vídeo e eu comentei "talvez devessemos ficar aqui, deve estar mais animado que a balada", e é bom tomar cuidado com o que se fala.
 Talvez tenha sido falta de ouvir o conselhos, o namorado da minha amiga praticamente implorou para que fossêmos de taxi, acredito que gastáriamos $ 8 num taxi e no metro gastamos $ 5.50, vamos economizar e nos aventurar.
 Descemos as escadas e lá estavámos nós, duas moças, inofensivas, vestidas para a balada (sem blusa de frio), que nem imaginavm o que a noite esperava. Tinhámos 2 opções, pegar a letra N ou a letra R, a correta era a N que nos deixaria extamente há 3 blocos do club, ocorre que, por um descuido eu não estava prestando atenção quando o primeiro metro chegou e, a minha amiga, que estava prestando atenção gritou "esse é o N, vamos?" e entramos no metro.
 O metro fez a sua parada na rua 14, a qual daria acesso ao mesmo lugar que planejávamos ir, porém a próxima para era a 8 e continuamos esperando, ocorre que, o metro não parou na linha 8 e continuou seu rumo, o qual não era o nosso.
 Todos dizem que o metro muda aos finais de semana, e achei que era isso que tinha acontecido, as próximas paradas do metro foram todas em pontos que não podíamos descer, não tinham linha de volta, então continuamos lá, uma hora vai ter que voltar.
 Ocorre que, já não conseguia mais nos localizar no mapa que eu tinha em mãos, quando digo que sei andar no metro em Nova York isso significa Manhattan, muito diferente de Brooklyn, e por alguma força do destino, havia no mapa do trem uma rua que era extamante na rua 11th com a 4th avenida, ou seja, estávamos na balada, quando descemos do metro já assustamos com um cara com cara de sinistro que estava dizendo algo sobre murder. Talvez seja culpa da falta de criatividade dos americanos em nomear ruas, elas têm, em todos os lugares, os mesmo nomes. Descemos do metro e estávamos lá, na 4th avenida, só tinhamos que descobrir se a 3st era para cima ou para baixo, e fomos, bonitas, escolhemos o lado de cima e nada, era a 5th avenida, então só posia ficar no quarteirão de baixo e, fomos, bonitas e já com dor nos pés, nada, alguma coisa estava errada. Olhamos para o lado e havia uma placa, de um boteco qualquer que indiva onde estávamos, no Brooklyn, agente disfarça, finge que não, mas dá um certo medinho, uma hora da manhã, duas branquelas, arrumadinhas, andando sem rumo pelo Brooklyn. 

O que fazer agora? Taxi para voltar para Manhattan fora de cogitação e do alcance dos nossos bolsos, o negócio é voltar os mais ou menos 5 quarteirões que já andamos, entrar no metro novamente, esperar e voltar e, foi o que fizemos, o medo dominando, momento de aventura, uma hora depois estávamos de volta, descemos na Times Square, passamos na Walgreens, compramos sushi e Hagen Daz e fomos para o quarto do hotel, nos deliciamos e tivêmos um bom momento, com ou sem balada, estávamos em Nova York, após ver um belo musical e ter uma aventura no metro, há menos de uma quadra da Times Square, comendo bem e em boa companhia, não dá mesmo para estressar né?

 Algumas vezes eu acredito que o destino nos coloca exatamente no lugar onde deveríamos estar, não adianta reclamar, não adianta brigar, querer, o que tem que ser vai ser, as vezes também, ele nos desvia de alguns lugares onde nós não devêmos ir, e é isso ai, o que vale a pena é aceitar e aproveitar, da forma que puder.

  Tickets da Balada: $23
   Ingressos de Metro: 5.50
   Ter uma aventura no Brooklyn e história para contar: Não tem preço ;)

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